terça-feira, 22 de novembro de 2011

Sugestões de leitura

Biorremediação das águas


Vivemos no Planeta Azul, e não é à toa que dependemos muito da água. Seja pelo bom funcionamento do nosso metabolismo, seja pela sua utilidade no meio industrial. Os problemas começam quando se destrói um recurso finito, e fundamental à vida.
A biorremediação em águas contaminadas tem recebido grande importância, pois uma vez poluída, a dispersão dessas substâncias pode ser bem rápida, causando impactos enormes.
A contaminação por metais pesados também merece atenção especial, uma vez que sua toxicidade é alta, mesmo a baixas concentrações, e, além disso, eles se acumulam ao longo da cadeia alimentar.
Uma equipe de pesquisadores do Cepema-USP, sede do INCT de Estudos do Meio Ambiente, realiza estudos relacionados a este assunto, buscando soluções para conter e solucionar impactos causados pela atividade industrial.
Além disso, a pós - doutoranda Cleide Barbieri de Souza responde a uma entrevista sobre o trabalho que desenvolve, ligado à contaminação de águas por meais pesados. A entrevista na íntegra está disponível em 
http://www.cepema.usp.br/noticias/bacterias-em-prol-do-meio-ambiente/


Para mais detalhes sobre o trabalho do Cepema, acesse: http://www.cepema.usp.br/noticias/biorremediacao-de-aguas-contaminadas-por-metais-pesados/

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Acidente no Campo do Frade, o oitavo maior campo em exploração do país


Mancha de óleo na Bacia de Campos, cerca de 16,3 mil campos de futebol

Durante o procedimento de injeção do fluido de perfuração em um poço petrolífero situado a 370 quilômetros a nordeste da costa do Rio de Janeiro, em uma profundidade de 1.200 metros, houve um descontrole da saída de gás (kick) que provocou o acionamento eficaz do BOP (blow out prevention), diferente de como foi no Golfo do México, porém a pressão foi tamanha que produziu uma falha na estrutura geológica.
Segundo a Chevron, empresa responsável pelo acidente, cerca de meio barril de petróleo (80 litros) está vazando da falha por hora. Já para a ANP (Agência Nacional de Petróleo), o vazamento foi de, 200 a 330 barris por dia, o equivalente a 50 mil litros de petróleo a cada 24 horas.
As ações devidas estão sendo tomadas, a falha está sendo cimentada e para “conter” o vazamento 18 navios estão tentando evitar que a mancha se espalhe. Oito seriam da própria Chevron e outros 10 cedidos pela Petrobras, Statoil, BP, Repsol e Shell.
Levando em conta a grandiosidade do acidente será que a biorremediaçao do ambiente seria o suficiente? 
Pelo visto, as consequências mais preocupantes de um vazamento de petróleo  são a quantidade de barris - e dólares - perdidos por dia. Porém, pensando em valores monetários, o preço pago por este acidente não é apenas em moeda,  como também na forma de todo o prejuízo à vida marinha. As maiores vítimas são espécies que em nada colaboraram com este acidente. 
Então, se a humanidade valoriza mais o ouro negro do que as comunidades marinhas, talvez tenhamos chegado a um nível único de evolução: somos capazes de estipular valores em dinheiro para a vida. O que vale pensar é: será mesmo que este valor condiz com tudo o que a vida significa em si? 


Referências:

Detecção de microrganismos e genes de degradação no ambiente

Qualquer processo que envolva a introdução de organismos em um ambiente, sejam eles geneticamente modificados ou não, requer o monitoramento e controle quantitativo dos genes que entraram naquele sistema. Os objetivos deste controle variam:
  •  Verificar o desenvolvimento da população inserida no meio;
  •  Analisar a disseminação de OGMs (Organismos Geneticamente Modifica-dos) e não-OGMs inseridos no meio;
  •  Estudar o nível de transmissão de genes novos para populações nativas do ambiente;
  •  Fornecer informações sobre o impacto causado pela adição de novas espécies ao meio, visto que elas podem tanto favorecer como prejudicar o desenvolvimento de populações micrbianas do próprio sítio.

Existem dois tipos básicos de estratégias experimentais para realizar este monitoramento:

  • Métodos baseados em isolamento e cultivo: os microrganismos da amostra ambiental são isolados e armazenados em meios de cultivo seletivos e não-seletivos. Com isso, avalia-se o desenvolvimento de colônias. Tal procedimento deve respeitar protocolos convencionais de microbiologia, o que eleva os custos do procedimento.
  • Métodos independentes-de-cultivo: a análise é feita a partir de células e/ou ácidos nucléicos provenientes da amostra.
Estes últimos são a preferência em casos onde a coleta ou manipulação de amostras é difícil (subsolos, aqüíferos profundos, resíduos industriais tóxicos) ou presença de toxinas no meio.
Além disso, apresentam a vantagem de determinar e monitorar especificamente o organismo, bem como os genes ligados ao processo de biorremediação.
Permite também a formação de um estoque genômico produzido a partir da clonagem de genes de interesse, amplificados por PCR, o que favorece análise filogenética futura de sequências de DNA e proteínas.


Referências:

Artigo “Biorremediação”, escrito por Christine Claire Gaylarde, Maria de Lourdes Bellinaso e Gilson Paulo Manfio em 2005.

Biorremediação e OGMs

E aí, pessoal,

Hoje em dia ouvimos bastante sobre os OGMs: Organismos Geneticamente Modificados. Eles aparecem no jornal quando falam sobre a soja transgênica, e em tantos outros temas. Então, é claro que a Equipe Ômega não ia ficar de fora dessa, né? 

Conceituando

Organismos geneticamente modificados são aqueles que receberam gene ou genes de outros organismos ou que tiveram alguma modificação em algum gene específico, passando, então, a expressarem uma nova característica.

Aplicações
O uso de OGMs oferece a possibilidade de se contornar algumas das limitações dos processos de biorremediação, principalmente aquelas relacionadas à taxa da degradação do poluente. A manipulação genética de um microrganismo pode permitir o aumento da taxa de degradação através de diferentes estratégias: 
  • Inserção de genes que codificam enzimas catabólicas específicas para a molécula-alvo;
  • Inserção de genes que conferem resistência a compostos inibitórios no ambiente ou aos produtos de degradação da molécula-alvo;
  • Inserção de genes ou alterações genéticas que auxiliam na solução de problemas ligados à baixa concentração do poluente, como, por exemplo, aumento da captação/absorção do composto pela célula ou da expressão da enzima.

A incorporação destes genes em uma bactéria geralmente é feita via plasmídeosou transposons (sequências de DNA capazes de se movimentar de uma região para outra num genoma de uma célula), e pode resultar na manutenção do DNA exógeno na forma de plasmídeo ou na inserção dos genes no cromossomo bacteriano.
 Histórico
Os primeiros OGMs a serem aplicados na biorremediação foram as bactérias recombinantes desenvolvidas por Chakrabarty, nos anos 70. Através de sucessivas recombinações entre cepas com diversos plasmídeos, foram obtidas várias linhagens de bactérias capazes de degradar mais de um tipo de hidrocarboneto. A mais conhecida foi a capaz de degradar cânfora, naftalina, octano e xileno.
Polêmica
Quando se elabora OGMs surgem váriasdúvidas como: Os organismos sobreviverão no ambiente? Eles se reproduzirão? Eles se espalharão para outros locais? Causarão danos ao ambiente? Transferirão os genes para outros organismos no ambiente? 
Essas questões são importantes, pois analisando as possíveis respostas sabe-se se o OGM realizará a sua tarefa adequadamente e não causará futuros problemas ao meio. Por isso os mesmos são modificados em laboratório para apresentarem baixa competitividade com o objetivo de serem eliminados ou, ainda, para perderem as características especiais de recombinação após certo tempo de vida, sendo, assim, pouco competentes para sobrevivência no ambiente natural.
Riscos
  • Competição do OGM com a microbiota, flora e fauna local, podendo levar à extinção destas espécies nativas; 
  • A troca de genes entre OGMs e populações microbianas autóctones (naturais da região), já cientificamente comprovada, pode levar à degradação genética das espécies comuns no ambiente; 
  • A possibilidade de introdução, no hábitat, de espécies que apresentem fatoresde patogenicidade para a população autóctone, espécies que produzem endo-e/ou exotoxinas ou que contenham genes de resistência a antibiótico (esta é uma situação que deve de ser avaliada em laboratório antes da liberação dosmicrorganismos no ambiente); 
  • O desequilíbrio da estrutura da comunidade, podendo levar à degradação ambiental; 
  • A impossibilidade da eliminação dos microrganismos introduzidos depois que eles terminam o seu trabalho.

Uma maneira de contornar e evitar esses problemas no meio é o isolamento físico dos OGMs, mas como a disseminação do mesmo pode-se dar por água, vento, solo, etc. fica quase inviável realizar tal ação. Por isso, o mais correto a fazer é limitar o espaço e o tempo de vida dos OGMs através de manipulações em laboratório.

Referências:
pt.shvoong.com › Internet E Tecnologia - acessado em 16/11/2011



domingo, 20 de novembro de 2011

Contaminação de ambientes por metais e Cupriavidus metallidurans

Cupriavidus metallidurans CH34: essa é uma das nossas heroínas da biorremediação. A bactéria é capaz de sobreviver em ambientes contaminados. Foi estudada e transformada em laboratório. Originalmente sua genética permitia que metais se fixassem em pouca quantidade na sua membrana. Mas, depois de modificada, essa função foi potencializada, e agora ela é capaz de manter os íons metálicos na sua superfície em níveis muito superiores aos do micro-organismo selvagem.

Antes e depois: à esquerda, a bactéria original; à direita, a bactéria modificada.

Testes realizados em laboratório comprovaram a eficiência da CH34 na remoção de metais pesados de efluentes. Pesquisadores afirmam que a bactéria pode recuperar metais de efluentes contaminados provenientes de indústrias e até mesmo do esgoto doméstico.
As bactérias são criadas em um recipiente fechado chamado de biorreator, que permite a passagem de líquido e funciona como um filtro. O biorreator é abastecido com efluente contaminado. Depois que a capacidade das bactérias de fixar os íos metálicos acaba, elas são retiradas do biorreator e são incineradas, para não haver dispersão das mesmas. Assim o metal é resgatado podendo ser reaproveitado.


Referências: 
http://cienciahoje.uol.com.br/noticias/biotecnologia/bacterias-no-combate-a-poluicao
Acessado em 17/11/2011

Biorremediação de resíduos sólidos industriais: borra do petróleo



ftp://ftp.ufrn.br/pub/biblioteca/ext/bdtd/AdrianaKVG.pdf Acessado em 17/11/2011
Processo semelhante ao aterro celular.

Utiliza-se nesse caso a tecnologia de biopilhas que envolve a construção de células ou pilhas de solo contaminado de forma a estimular a atividade microbiana dentro da pilha através de uma aeração muito eficiente. A atividade microbiana pode ser aumentada pela adição de umidade e nutrientes como nitrogênio e fósforo. As bactérias degradam os hidrocarbonetos adsorvidos nas partículas de solo, reduzindo assim suas concentrações. Tipicamente, as biopilhas são construídas sobre uma base impermeável para reduzir o potencial de migração dos lixiviados para o ambiente subsuperficial. Uma malha de ductos perfurados instalados na base da pilha e conectados a um compresso garante a perfeita aeração do conjunto. Pilhas são, geralmente recobertas por plástico para evitar a liberação de contaminantes para atmosfera, bem como para protege-la de intempéries. 

Referências: 

Biorremediação de solos e águas subterrâneas por agentes combustíveis

As alternativas que utilizam soluções mais naturais e com menores impactos no subsolo vêm ganhando maior destaque nos últimos anos. Porém, vale lembrar que, essas soluções, devido ao maior tempo requerido na remediação, nem sempre são suficientes para atingir os objetivos do projeto e devem, na maioria dos casos, ser aplicadas em complemento às tecnologias convencionais já existentes (NOBRE e NOBRE, 2005). 
Algumas tecnologias de remediação de águas subterrâneas e solos são: 
  • Barreira hidráulica; 
  • Pump-and-treat; 
  • Extração multifásica;
  • Oxidação química; 
  • Extração de vapores do solo; 
  • Air sparging; 
  • Air stripping; 
  • Biopilhas; 
  • Biorremediação; 
  • Soil flushing; 
  • Bioventing; 
  • Atenuação natural; 
  • Biosparging; 
  • Dessorção Térmica e Fitorremediação. 
Extração multifásica: 



A extração multifásica ocorre por meio da instalação de um sistema de ventilação a vácuo, onde os poços de extração ficam distribuídos na área de interesse. Através da aplicação do vácuo nos poços de extração, cria-se um gradiente de pressão dirigido para estes pontos, de onde são extraídas a fase livre, vapor e dissolvida do contaminante. O gradiente de pressão é diretamente proporcional ao vácuo aplicado, logo, a eficiência na extração das diferentes fases do contaminante será função do sistema a ser implantado. A mistura bombeada deve ser direcionada para uma caixa separadora de água e óleo, com o combustível recuperado armazenado em tambores e a água contaminada destinada para tratamento em filtro de carvão ativado para posterior reinjeção. O vapor extraído é direcionado para um sistema de carvão ativado e lançado na atmosfera (NOBRE et al., 2003; FURTADO, 2005). 


Air Sparging: 
 

É uma tecnologia in situ, que introduz ar no aqüífero contaminado para produzir borbulhamento na água. As bolhas de ar são atravessadas horizontalmente e verticalmente pela coluna de solo, criando uma aeração que remove os contaminantes por volatilização. Para um melhor rendimento, o Air Sparging poderá ser utilizado associado à Extração de Vapores (EVS). Esta tecnologia opera com altas taxas de fluxo de ar, a fim de se manter contato constante entre a água e o solo e propiciar maior aeração da água subterrânea. Os grupos-alvo de contaminantes do Air Sparging são os VOCs e combustíveis derivados de petróleo (NOBRE et al., 2003; FURTADO, 2005). 


Biorremediação: 
Utiliza-se de técnicas naturais para promover a remediação de uma área impactada, através de microorganismos (bactérias e fungos) para degradar substâncias ou compostos perigosos aos seres humanos e transformá-los em substâncias com pouca ou nenhuma toxicidade (TECNOHIDRO, 2001). 

Os principais mecanismos de biotransformação de contaminantes orgânicos em água subterrânea são efetuados nos biofilmes, que são bactérias e polímeros extracelulares aderidos à subsuperfície Os microorganismos obtêm nutrientes e energia das substâncias orgânicas, os mesmos digerem essas substâncias, presentes em solos e águas subterrâneas, transformando-as, XVII Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos principalmente, em dióxido de carbono e água. 

Referências:
Acessados em 17/11/2011

sábado, 19 de novembro de 2011

Contaminação da água do mar por Petróleo

Aqui vai um esqueminha mostrando o problema:


A mancha de petróleo formada pelo vazamento sofre processos naturais: espalhamento, evaporação, dissolução, foto-oxidação, dispersão, emulsificação, biodegradação natural e outros processos intempéricos físicos e químicos (ação do vento, sol, organismos vivos...).
Logo, nesse caso, a primeira medida é isolar a mancha para controlar a sua propagação. Esse processo é feito com a utilização de uma barragem móvel com suas duas extremidades ligadas a barcos (como na imagem). Essas barreiras são geralmente flutuantes, mas também são empregadas as barreiras físicas de superfície.
A seguir utilizam-se as seguintes ferramentas e substâncias:

  • Skimers: recolhe o óleo superficialmente
  • Dispersantes: dissolve em gotas menores, permitindo assim que ele entre mais facilmente na coluna d’água. Evita que animais na superfície d’agua não sejam atingidos.
  • Absorventes e Adsorventes: absorvem o óleo até que fiquem saturados.
  • Coagulantes/Floculantes: floculantes em pó que se juntam ao óleo e se desloca ao fundo da coluna de água.
  • Biorremediação: facilitado pelos dispersantes (que tornam o composto mais biodegradável) e pelos coagulantes/floculantes (leva o óleo para o fundo, para causar menos danos à superfície) os agente aceleradores da biodegradação são introduzidos.

Abaixo o esquema em sequência:


Referências:
Acessado em 17/11/2011


Aterro sanitário celular: acelerando a decomposição

Primeiro, uma ilustração:


Olha que idéia interessante: construir um Aterro Sanitário Celular onde já havia um aterro comum. Mas... Como fazer isso?
Inicialmente, é feito um estudo de caso para a viabilidade e cálculo dos custos de recuperação. O projeto segue com a fase de materialização do projeto, explicado na seqüência abaixo:
  • Remoção de resíduos: Ações ex situ: remoção dos resíduos do local onde foram dispostos de forma discriminada e de camadas de terra contaminadas.
  • Escavação, isolamento e divisão em células: Início de ações in situ: confinamento dos resíduos em células (não as células vivas, mas sim, unidades de armazenamento). Para isso são feitas barreiras verticais de argila ou de material têxtil, de espessura entre 1,5 e 5,0 metros.
  • Preparação dos diques de contenção: Construção de diques, em formato trapezoidal de controle da pluma de líquidos.
  • Preparação das bases das células: São construídas bases em formato retangular impermeabilizadas.
  •  Aterramento celular de resíduos: Disposição diária dos resíduos e compactação dos mesmos em rampa inclinada.
  • Drenagem e retenção de líquidos percolados: Controle da pluma liquida através de um sistema de linhas horizontais de drenos ou meios porosos dispostos de forma estratégica, otimizando os mecanismos de filtragem dos líquidos.
  • Drenagem e captação de gases: Sistema de controle da pluma gasosa, sistema de linhas horizontais de drenos ou meios porosos que servem para captar os gases produzidos no processo.
  • Drenagem de águas pluviais: Incluso no sistema de controle de líquidos.
  • Selamento e cobertura final das células: Por se tratar de um meio anaeróbico, as células, após atingir a cota final de projeto e antes de iniciar o tratamento por células anaeróbicas ou fase biológica, deve receber o selamento de topo e cobertura final com uma camada de argila com espessura variando entre 0,6 a 1.0 m.
  • Manutenção corretiva das células: Processo de monitoramento em que, no caso de haverem trincas na cobertura, dá-se início então à manutenção corretiva, para não haver vazamento.

Funcionamento do aterro:
O chorume é drenado e depois desviado por valas para os coletores, evitando a contaminação do lençol freático. Através de bombas, o líquido é transportado para os reatores, onde é misturado com inoculantes biológicos (bactérias anaeróbias) e nutrientes. Então, o líquido volta para a célula para acelerar a decomposição do material orgânico. Após esse processo, a célula é aberta para que o lixo seja separado e reaproveitado. Cerca de 60% do composto vira adubo.
Esta excelente ideia já é adotada em Manaus/AM. O lixo, destinado a um lixão, chegou a invadir um igarapé, inspirando atitudes menos impactantes. Para mais informações, visite: http://microamiguinhos.tumblr.com/brasilemundo.

Referências:
http://books.google.com.br/books?id=ZnmaOFvJ6a4C&pg=PA137&lpg=PA137&dq=aterro+sanit%C3%A1rio+celular&source=bl&ots=IS7kZWrBAY&sig=zRBy2u3jwzQ5npmAjVcD1M054qw&hl=pt-BR&ei=xpXFTpCnDIqJgwe-xLTwDg&sa=X&oi=book_result&ct=result&resnum=6&ved=0CGsQ6AEwBQ#v=onepage&q=aterro%20sanit%C3%A1rio%20celular&f=true - acessado em 18/11/11
http://microamiguinhos.tumblr.com/brasilemundo - acessado em 18/11/11

Inovação

Oi, todo mundo!
Postamos anteriormente algumas áreas em que são empregados processos de biorremediação. Aqui, vamos detalhar alguns casos nos quais ela é usada.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Biodegradação de Xenobióticos

Olá Galera! Hoje vou falar um pouco sobre biodegradação de xenobióticos. Então vamos por partes. O termo biodegradação é uma palavra bastante disseminada nos dias atuais. Quem já não ouviu falar que algum produto é biodegradável? Ou do tipo “Ajude a natureza! Utilize produtos biodegradáveis!”. 
Mas a biodegradação que estou falando tem um conceito mais específico. É a transformação de compostos orgânicos através da atividade metabólica dos organismos vivos, especialmente microrganismos. Degradação é a quebra de compostos químicos a fim de torná-los mais simples. Biodegradação é justamente essa quebra quando é feita através de processos metabólicos realizados naturalmente pelos microrganismos.
Xenobiótico é todo composto químico que é de difícil degradação e é exclusivamente criado em laboratório, ou seja, totalmente artificial, não ocorre naturalmente no ambiente. O que provoca uma perturbarção no ambiente.


Parece coisa de outro mundo, não é mesmo? Mas se a gente puxar lá do fundo do baú as nossas aulas de química podemos ver algumas características em comum, como a presença de aneis aromáticos e várias ramificações, o que as torna de difícil degradação.       
Constatou-se atualmente que os organismos mais indicados para realizarem a biodegradação destes elementos são os microbianos, pois além deles serem, digamos, os “agentes da limpeza” do planeta Terra há milhões de anos, eles têm, entre outras características, a capacidade de metabolismo integrado.
“Mas... O que isso quer dizer?” Vocês devem estar se perguntando. Calma que eu explico: o produto do metabolismo de um indivíduo pode ser utilizado no processo metabólico do outro e assim sucessivamente.
Mas há fatores físicos, químicos e biológicos que influenciam na degradabilidade dos xenobióticos que serão discutidos e exemplificados a seguir.

Fatores Físicos

Os principais fatores físicos que interferem na degradabilidade dos xenobióticos são a natureza física da matriz onde o composto é encontrado (se está no solo, na água ou em sedimentos), a temperatura do ambiente e a incidência de luz no local. Pois isso vai interfirir na interface microrganismo X xenobiótico e na intensidade das atividades metabólicas dos microrganismos.

Exemplos:
  •          O metabolismo, seja ele animal ou microbiano, é diretamente influenciado pela temperatura. Assim, certos agentes de biorremediação podem não ser tão eficientes em áreas mais quentes ou frias.
  •          O solo apresenta a propriedade de, por meio da atração de cargas opostas, absorver moléculas. Com isso, pode acontecer de essas moléculas absorvidas serem justamente as do poluente, o que dificulta a despoluição do local.


Fatores Químicos

Os fatores químicos que podem acelerar ou reduzir o processo de biodegradação são: a composição química tanto da matriz ambiental, que define a capacidade nutritiva, o pH, a umidade, teor de oxigênio dissolvido e o potencial redox, quanto do xenobiótico poluente.

Exemplo:
·         Alguns metais pesados podem interagir com enzimas produzidas pelos microrganismos, inibindo suas atividades metabólicas. Por outro lado, há metais que, na dosagem certa, podem melhorar a capacidade degradativa do meio. 
    A presença de xenobióticos de estrutura mais simples podem dificultar a degradação dos mais complexos pois os microrganismos “preferem” degradar os menos complexos. Os compostos nitroaromáticos constituem-se de um grupo nitro e um ou mais anéis aromáticos. A presença do grupo nitro dificulta a mineralização do composto, que é ingrediente de materiais como o TNT e alguns herbicidas.

Fatores Biológicos
Cada organismo produz suas próprias enzimas, de acordo com seu material genético. Entretanto, uma única espécie não é capaz de produzir todas as enzimas que degradam um poluente por completo. Assim, o mais comum é que, para atender às suas necessidades nutritivas, um microrganismo quebre a molécula de um composto, mas não completamente. Os produtos oriundos desta transformação química servirão de substrato para outras espécies.
A molécula do xenobiótico deve assemelhar-se a moléculas encontradas na natureza. Relembrando da química do ensino médio, a ação de uma enzima é específica quanto ao seu substrato, aquele modelo “chave e fechadura”, lembra? Mas existem enzimas com grau de especificidade mais baixo que outras, podendo ser usadas para quebrar xenobioticos de estrutura semelhante ao substrato natural.
Trocas de material genético entre microrganismos ocorrem naturalmente, como a conjugação. Além disso, sabe-se que muitas informações ligadas à produção enzimática encontram-se em plasmídeos. Dessa forma, o intercâmbio de DNA entre microrganismos contribui para disseminar de rotas catabólicas, ou seja, caminhos para degradar uma molécula.

Fatores extrínsecos relacionados aos fatores bióticos
De nada adianta ter condições microbianas extemamente favoráveis a um processo de biorremediação se as condições do meio não favorecem também, e vice-versa.


Referências:


quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Biorremediação de solos

As técnicas utilizadas para descontaminação do solo através de biorremediação podem ser classificadas em :
  • “in situ” : o solo é tratado no local;
  • “ex situ”: o solo contaminado é removido e levado para o local de tratamento. A remoção é necessária em situações em que há possibilidade dos poluentes contaminarem pessoas e o ambiente próximo ao solo a ser biorremediado.

No caso de técnicas do tipo “ex situ”, estas podem se dividir em fase sólida, quando o solo é tratado em um leito especialmente preparado e houver ausência de água livre. Mas o teor de umidade é mantido entre 50 e 75% que é o nível suficiente para a manter a atividade microbiana; e fase lama, quando é adicionado água ao solo para uma melhor degradação do contaminante pelos microrganismos.

Técnicas de Biorremediação “in situ”



Bioventilação


É a injeção de ar ou oxigênio puro em solos e água subterrânea contaminados, estimulando a atividade dos microrganismos.
A aplicação de ar e/ou oxigênio puro, à camada de subsuperfície, estimula o crescimento da população existente resultando na redução dos contaminantes no sítio.



Bioestimulação


É a técnica de aplicação de nutrientes e/ou surfactantes com o objetivo de aumentar a atividade microbiana.
Esta forma de tratamento atua no controle hidráulico do sistema de biodegradação prevendo a migração dos nutrientes pelo sítio a ser descontaminado. Este modelo de tratamento contempla em suas mais variáveis formas a aplicação ou não de microrganismos específicos, bem como a combinação de uma, ou mais formas disponíveis de biorremediação “In situ”.
Várias bactérias de ocorrência natural do gênero Pseudomonas são capazes de degradar o petroleo para suas necessidade de carbono e energia.



Como exemplo de implantação desta técnica temos o desastre do navio Exxon Valdez em 1989 onde derramou 40 milhões de litros de óleo na costa do Alasca. A aplicação de nutrientes a costa acelerou a biodegradação bacteriana do óleo.



Bioaumentação

É a introdução no solo de culturas puras ou consórcio microbiano contento microorganismos selecionados para degradação do contaminante específico.
A utilização deste modelo, com população nativa ou não, no processo de biorremediação resume-se na aplicação de bactérias e fungos que utilizam os contaminantes orgânicos do sítio como fonte de alimento. Uma vez comprovada a capacidade oxidativa de uma determinada espécie de microrganismos (fungos, bactérias ou outros), ou ainda da combinação de várias espécies, deve-se adotar um modelo de estudo em microcosmo para verificação do potencial de adaptação/competição para com a microbiota nativa, comparando-se os resultados e a cinética obtida neste estudo. Também neste modelo podemos contemplar a utilização de fontes complementares de nutrientes, agentes químicos além da injeção de ar e/ou oxigênio.
Para que a aplicação da bioaumentação tenha sucesso, é necessário que os microrganismos selecionados apresentem algumas características, como: capacidade para degradar a maior parte dos contaminantes, estabilidade genética, alto nível de atividade enzimática, alta capacidade de competir com a população intrísica do solo. E os agentes microbianos não devem produzir substâncias tóxicas durante o processo de biodegradação.







Esse processo tem sido bastante estudado para recuperação de solos contaminados por herbicidas, hidrocarbonetos clorados e carbamatos através do emprego de populações indígenas aclimatadas, isolados, selecionados e até mesmo microrganismos transgênicos contendo plasmídeos degradadores.
Isolados indígenas, bem como microrganismos modificados geneticamente, contendo plasmídeos catabólicos, têm sido empregados na produção de inoculantes comerciais para biorremediação. Várias bactérias e fungos, compreendendo dezenas de formulações comerciais, são vendidos nos EUA a preços que variam de US$ 3.6 a US$ 18.0 Kg-1 (GLASS 1992).

Fitorremediação

É o emprego de plantas para descontaminar locais com resíduos químicos orgânicos em sua porção superficial. A rizosfera, que é a região onde o solo e as raízes das plantas entram em contato apresenta um número de microrganismos muito maior do que no solo livre; os tipos de microrganismos na rizosfera também diferem do solo livre de raiz. A fitorremediação se utiliza desta característica para recuperar o solo contaminado.

Essa técnica pode ser dividida em 5 tipos principais que são:


a) rizofiltração, que é uma técnica de tratamento de água em que contaminantes são removidos e retidos no tecido vegetal;
b) fitoextração, em que os contaminantes são removidos do solo e retidos no tecido vegetal; 
c) fitotransformação, uma técnica que pode ser aplicada ao tratamento da água e do solo, na qual ocorre a degradação dos contaminantes através do metabolismo da planta;
d) fitoestimulação, em que ocorre a estimulação da atividade microbiana pela rizosfera da planta;
e) fitoestabilização, quando as plantas são utilizadas para reduzir a migração dos contaminantes no solo.
Substâncias alvo: metais pesados (Cd, Zn, Cu, Ni, etc), pesticidas (atrazina, compostos clorados), solventes clorados, resíduos orgânicos , etc.
Há poucos estudos sobre fitorremediação, não sendo uma tecnologia amplamente aceita pelos órgãos de controle ambiental. Até o momento, a fitoestimulação tem apresentado o maior número de pesquisas que comprovam sua eficiência na biorremediação de solos contaminados.
A fitorremediação, como qualquer outra tecnologia, apresenta várias vantagens e desvantagens. Se o baixo custo é uma vantagem, o tempo para que se observem os resultados pode ser longo, pois depende do ciclo vital da planta. Além disso, a concentração do poluente e a presença de outras toxinas devem estar dentro dos limites de tolerância da planta. Outra limitação é que as plantas usadas com o propósito de minimizar a poluição ambiental podem entrar na cadeia alimentar, resultando em consequências indesejáveis.
Técnicas de Biorremediação “Ex Situ”

Landfarming



Processo também conhecido como “leito preparado”, é a aplicação e incorporação de contaminantes ou rejeitos contaminados na superfície do solo  não contaminado para degradação. O solo é arado e gradeado para promover a mistura uniforme do contaminante e aeração.
Primeiramente é feito uma preparação. O local é circundado com uma mureta de concreto e o fundo do leito é impermeabilizado com argila ou plásticos poliméricos para evitar que os contaminantes atinjam o lençol freático. A profundidade de escavação é um fator crítico para a difusão do oxigênio e depende das propriedades do solo e da quantidade a ser tratada. Nessa preparação pode ser adicionada matéria orgânica para aumentar porosidade e permeabilidade.
A matriz (rejeito) contaminada é misturada ao solo do local preparado anteriormente por aração e gradagem e as condições físico-químicas do solo (água, aeração e nutrientes) ajustadas para maximizar a atividade heterotrófica. Cria-se assim a camada reativa “zona de tratamento” fazendo com que esta camada de solo atue como bioreator natural. Esta camada pode atingir 50cm, dependendo da profundidade de incorporação dos resíduos. Abaixo desta
zona situa-se uma camada de solo ainda não saturada, acima do lençol freáticos.
O resíduo a ser tratado é incorporado à matriz do solo, em períodos regulares.
Exemplo: Solo contaminado com atrazina na fábrica da Ciba-Geigy Corp – EUA.
  • 880 Kg de fertilizante 13-13-13 (NPK) e culturas de Pseudomonas degradadoras de atrazina.
  • 20 semanas após: redução do contaminante 100 mg.Kg-1 para apenas 10 mg.Kg-1,
  • redução de 90% da concentração original.
  • Economia de US$ 2,3 milhões de dólares no tratamento de 1 ha de solo poluído.
Vantagens e desvantagens



  • Baixo custo de capital e operação
  • Requerimento de grandes áreas
  • Longo tempo
  • Altas taxas de volatilização
Compostagem
A compostagem é uma técnica na qual o solo contaminado é removido do local de origem e colocado na forma de pilhas, num local que permita o controle da lixiviação e do escoamento superficial dos líquidos originados dessas pilhas. Neste solo, será desencadeado um processo em que os microrganismos aeróbios irão degradar os contaminantes orgânicos, transformando-os em material orgânico estabilizado, CO2 e água.
Ocorre por ação de agentes microbianos, e portanto, precisa de condições físicas e químicas adequadas para que o composto orgânico final seja de boa qualidade. A presente estrátégia, diferente da técnica de landfarming, requer a adição de material que favoreça o aumento da porosidade e a transferência, e forneça ao sistema uma fonte de energia capaz de beneficiar a expansão microbiana acelerada. Os materiais comumente adicionados na compostágem são: palha, grama, folhas, bagaço de cana, serragem ou esterco.
Nestas células, realiza-se controle mais rigoroso, o que não ocorre no “landfarming”, sendo, portanto, mais seguro e apropriado para tratamento de solos contendo compostos que oferecem elevado risco ambiental.
Importância:
- Aumenta a disponibilidade de nutrientes
- Promove o aproveitamento de resíduos
- Despoluição


Vantagens e desvantagens

  •     Baixo requerimento energético
  •     Tempo de retenção menor do que os requeridos nos tratamentos in situ, por ex, semanas em vez de meses
  •     Requer menores áreas de terra
  •     Minimizam problemas de contaminação
  •     Mais barato que processos não biológicos  (ex. incineração)
  •     Requerem alto controle de umidade devido às altas temperaturas   
  •     Requer controle de emissões
Biorreatores

A biorremediação de solos contaminados pode ser realizada por uma técnica que se utiliza de biorreatores. Existe uma ifinidade de tipos e configurações de biorreatores que ilustrativamente podem ser comparados a tanques aéreos fechados. O solo contaminado é misturado com água, de modo a formar uma suspensão com 10 a 40 % de sólidos, que é mecanicamente aerada através de rotações. A formação desta suspensão no interior do biorreator possibilita o aumento da disponibilidade dos contaminantes aos microrganismos degradadores e a eliminação da heterogeneidade da distribuição dos contaminantes no solo.
Além disso, no interior do biorreator, as condições ambientais de pH, a disponibilidade de nutrientes, a aeração e a temperatura são otimizadas para o máximo crescimento microbiano, sendo possível também a introdução de microrganismos degradadores do contaminante.
Após a concentração dos contaminantes ter sido reduzida aos níveis desejados, a suspensão é desidratada e a água pode ser reutilizada no biorreator.

Vantagens e desvantagens

  •    Maior controle do processo
  •    Alto custo
  •    Baixo tempo de tratamento



Podemos citar o caso de Santa Catarina, em que uma indústria na região norte do estado permaneceu lá por 60 anos. Porém, ao deixar o lugar, não tomou medidas para solucionar a poluição causada por uma resina usada na produção industrial, contaminando as fontes d'água presentes com fenol. Uma equipe de especialistas, após análise detalhada da situação, propôs um método de biorremediação in situ, injetando uma solução contendo nutrientes e oxigênio. Em seis meses, o fenol foi quase completamente degradado.


Referências:


http://www.scielo.br/pdf/cr/v37n4/a49v37n4.pdf  acessado em 26/10/2011                               


http://dialogos.ftc.br/index.phpoption=com_content&task=view&id=198&Itemid=4 acessado em 29/10/2011
http://www.ciclovivo.com.br/noticia.php/2010/biotecnologia_e_usada_na_recuperacao_de_areas_degradadas/ - acessado em 08/11/2011

Fonte das imagens:

Apresentação em Power Point retirado do site da Universidade Federal de Pelotas acessado em 01/11/2011
www.ufpel.edu.br/.../f215a96bd587043b384088a339d2a993.ppt