sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Conceitos importantes

Biodisponibilidade: É a facilidade de uma molécula em ser degradada por microrganismos. Existem moléculas de difícil assimilação pela membrana celular, dificultando a degradação do composto. É o caso, por exemplo, de moléculas apolares. No entanto, existem substâncias surfactantes, que permitem a entrada de moléculas apolares na célula. A produção destes materiais em laboratório é, inclusive, uma das linhas de pesquisa comuns atualmente

Bioestimulação: Aumento da taxa de degradação de um contaminante ou da sua biodisponibilidade devido à injeção de nutrientes ou surfactantes ao meio. Pode acontecer de o meio contaminado não fornecer em quantidades adequadas os nutrientes necessários ao metabolismo dos agentes de biorremediação. Partindo deste fato, é preciso empregar técnicas de engenharia para adicionar controladamente o que falta. Com isso, aumenta-se a taxa de degradação.

Bioaumentação: Inserção de microrganismos específicos, devidamente selecionados, a um ambiente natural, incrementando uma população microbiana.


Referências: 

Artigo “Biorremediação”, escrito por Christine Claire Gaylarde, Maria de Lourdes Bellinaso e Gilson Paulo Manfio em 2005. 

Fatores diversos, profissionais variados



Como vimos, há vários pontos a serem abordados ao analisar um ambiente e definir qual o melhor processo de recuperação do mesmo. É preciso fazer um estudo detalhado, sendo fundamental ligar diversas áreas do conhecimento, tais como microbiologia, engenharia, química orgânica e analítica, entre outras.

Afinal, é preciso conhecer as características químicas tanto do poluente quanto da matriz contaminada que o contém. Além disso, existem grupos químicos, como halogênios, que influenciam certas propriedades (enantiométricas ou quirais) da molécula, podendo tornar o poluente mais ou menos recalcitrante (de decomposição complexa).

Há um caso bastante interessante: Nos anos 1960 e 1970, comercializavam-se detergentes sintéticos à base de alquibenzenos sulfonados. Tal substância tem alto grau de permanência no ambiente, além de gerar uma espuma espessa, promovendo alta mortalidade de peixes, uma vez acumulada em rios. 

Pesquisas biológicas revelaram que a espuma era consequência de três grupos metila na molécula. Foi proposta, então, uma nova estrutura molecular, sem os três grupos, o que reduziu o impacto ambiental.

Desta forma, nota-se que cada processo de biorremediação é único e envolve uma análise detalhada do meio, dos possíveis agentes decompositores e do poluente. Além disso, existem variadas técnicas para aumentar a eficiência do processo, mas tal otimização é, também, específica.






Referências: 

Artigo “Biorremediação”, escrito por Christine Claire Gaylarde, Maria de Lourdes Bellinaso e Gilson Paulo Manfio em 2005.