sábado, 5 de novembro de 2011

Etapas do processo

Mas como é feita a Biorremediação?

A aplicação da biorremediação é um processo trabalhoso que ocorre em etapas envolvendo um estudo do ambiente, do tipo de contaminante, dos riscos e da legislação vigente. Em primeiro lugar é feita uma análise da natureza e quantidade do poluente, bem como das características biológicas, geofísicas e hidrológicas do local contaminado.

As avaliações biológicas ocorrem em laboratórios, e têm como objetivo estimular a biodegradação do composto. Essas avaliações compreendem dois tipos de testes:

Bioestimulação: que fornece nutrientes às populações de microorganismos, aumentando sua população, promovendo o crescimento e consequentemente o aumento da atividade metabólica na degradação de contaminantes. Para se utilizar o processo de bioestimulação, deve existir no local contaminado uma população natural de microrganismos capazes de biodegradar os contaminantes presentes e que as condições ambientais sejam insuficientes para se obter altas taxas de atividade microbiológica dessa população.

Bioaumentação ou bioadição: que introduz misturas específicas de microorganismos em um ambiente contaminado ou em um biorreator para iniciar o processo da biorremediação. Conforme a quantidade de contaminante (alimento) exposto no meio, ele proporcionará ou não um aumento de microorganismos. Quanto mais ¨alimento¨ maior o número de microorganismos presentes. À medida que o contaminante é degradado, a população microbiana vai reduzindo alcançando o nível de estabilidade.

A aplicação isolada ou combinada desses processos pode conduzir a uma rápida e completa degradação dos poluentes. Para mais detalhes sobre as técnicas de biorremediação utilizadas especificamente nos solos, leia o post Biorremediação do Solo no nosso blog.

    Com base nos dados obtidos é, então, escolhida a técnica de biorremediação mais adequada para a situação, e testes de campo são realizados para verificar a eficiência do processo in situ, ou seja, a realização do tratamento do material contaminado no próprio local.

Porém, devido à complexidade desta biotecnologia, cuja eficiência envolve diversos fatores, muitos problemas de difícil solução podem aparecer ao longo do processo. Dentre os principais problemas encontrados na implementação de processos de biorremediação estão:

  • a poluição geralmente envolve vários compostos, de diferentes classes químicas, requerendo a seleção e utilização de diferentes microrganismos com metabolismo específico para os diferentes poluentes;
  • quando as concentrações dos poluentes são baixas, os microrganismos podem não produzir as enzimas necessárias; quando são muito altas, os microrganismos podem ser inibidos;
  • alguns dos poluentes presentes podem ser incompatíveis com o processo de biodegradação implementado;
  • alguns compostos são rapidamente adsorvidos pelo solo, sedimento e/ou água, diluindo-se abaixo do nível exigido para a ativação da biodegradação, contudo permanecendo ainda em concentrações acima da desejável;
  • a taxa da biorremediação pode ser muito baixa, resultando em um processo de longa duração.

Alguns dos problemas acima relatados podem ser resolvidos através do uso de microrganismos geneticamente modificados, os OGMs, assunto que é  abordado no post Biorremediação e OGMs do nosso blog.




Referências: