segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Acidente no Campo do Frade, o oitavo maior campo em exploração do país


Mancha de óleo na Bacia de Campos, cerca de 16,3 mil campos de futebol

Durante o procedimento de injeção do fluido de perfuração em um poço petrolífero situado a 370 quilômetros a nordeste da costa do Rio de Janeiro, em uma profundidade de 1.200 metros, houve um descontrole da saída de gás (kick) que provocou o acionamento eficaz do BOP (blow out prevention), diferente de como foi no Golfo do México, porém a pressão foi tamanha que produziu uma falha na estrutura geológica.
Segundo a Chevron, empresa responsável pelo acidente, cerca de meio barril de petróleo (80 litros) está vazando da falha por hora. Já para a ANP (Agência Nacional de Petróleo), o vazamento foi de, 200 a 330 barris por dia, o equivalente a 50 mil litros de petróleo a cada 24 horas.
As ações devidas estão sendo tomadas, a falha está sendo cimentada e para “conter” o vazamento 18 navios estão tentando evitar que a mancha se espalhe. Oito seriam da própria Chevron e outros 10 cedidos pela Petrobras, Statoil, BP, Repsol e Shell.
Levando em conta a grandiosidade do acidente será que a biorremediaçao do ambiente seria o suficiente? 
Pelo visto, as consequências mais preocupantes de um vazamento de petróleo  são a quantidade de barris - e dólares - perdidos por dia. Porém, pensando em valores monetários, o preço pago por este acidente não é apenas em moeda,  como também na forma de todo o prejuízo à vida marinha. As maiores vítimas são espécies que em nada colaboraram com este acidente. 
Então, se a humanidade valoriza mais o ouro negro do que as comunidades marinhas, talvez tenhamos chegado a um nível único de evolução: somos capazes de estipular valores em dinheiro para a vida. O que vale pensar é: será mesmo que este valor condiz com tudo o que a vida significa em si? 


Referências:

Detecção de microrganismos e genes de degradação no ambiente

Qualquer processo que envolva a introdução de organismos em um ambiente, sejam eles geneticamente modificados ou não, requer o monitoramento e controle quantitativo dos genes que entraram naquele sistema. Os objetivos deste controle variam:
  •  Verificar o desenvolvimento da população inserida no meio;
  •  Analisar a disseminação de OGMs (Organismos Geneticamente Modifica-dos) e não-OGMs inseridos no meio;
  •  Estudar o nível de transmissão de genes novos para populações nativas do ambiente;
  •  Fornecer informações sobre o impacto causado pela adição de novas espécies ao meio, visto que elas podem tanto favorecer como prejudicar o desenvolvimento de populações micrbianas do próprio sítio.

Existem dois tipos básicos de estratégias experimentais para realizar este monitoramento:

  • Métodos baseados em isolamento e cultivo: os microrganismos da amostra ambiental são isolados e armazenados em meios de cultivo seletivos e não-seletivos. Com isso, avalia-se o desenvolvimento de colônias. Tal procedimento deve respeitar protocolos convencionais de microbiologia, o que eleva os custos do procedimento.
  • Métodos independentes-de-cultivo: a análise é feita a partir de células e/ou ácidos nucléicos provenientes da amostra.
Estes últimos são a preferência em casos onde a coleta ou manipulação de amostras é difícil (subsolos, aqüíferos profundos, resíduos industriais tóxicos) ou presença de toxinas no meio.
Além disso, apresentam a vantagem de determinar e monitorar especificamente o organismo, bem como os genes ligados ao processo de biorremediação.
Permite também a formação de um estoque genômico produzido a partir da clonagem de genes de interesse, amplificados por PCR, o que favorece análise filogenética futura de sequências de DNA e proteínas.


Referências:

Artigo “Biorremediação”, escrito por Christine Claire Gaylarde, Maria de Lourdes Bellinaso e Gilson Paulo Manfio em 2005.

Biorremediação e OGMs

E aí, pessoal,

Hoje em dia ouvimos bastante sobre os OGMs: Organismos Geneticamente Modificados. Eles aparecem no jornal quando falam sobre a soja transgênica, e em tantos outros temas. Então, é claro que a Equipe Ômega não ia ficar de fora dessa, né? 

Conceituando

Organismos geneticamente modificados são aqueles que receberam gene ou genes de outros organismos ou que tiveram alguma modificação em algum gene específico, passando, então, a expressarem uma nova característica.

Aplicações
O uso de OGMs oferece a possibilidade de se contornar algumas das limitações dos processos de biorremediação, principalmente aquelas relacionadas à taxa da degradação do poluente. A manipulação genética de um microrganismo pode permitir o aumento da taxa de degradação através de diferentes estratégias: 
  • Inserção de genes que codificam enzimas catabólicas específicas para a molécula-alvo;
  • Inserção de genes que conferem resistência a compostos inibitórios no ambiente ou aos produtos de degradação da molécula-alvo;
  • Inserção de genes ou alterações genéticas que auxiliam na solução de problemas ligados à baixa concentração do poluente, como, por exemplo, aumento da captação/absorção do composto pela célula ou da expressão da enzima.

A incorporação destes genes em uma bactéria geralmente é feita via plasmídeosou transposons (sequências de DNA capazes de se movimentar de uma região para outra num genoma de uma célula), e pode resultar na manutenção do DNA exógeno na forma de plasmídeo ou na inserção dos genes no cromossomo bacteriano.
 Histórico
Os primeiros OGMs a serem aplicados na biorremediação foram as bactérias recombinantes desenvolvidas por Chakrabarty, nos anos 70. Através de sucessivas recombinações entre cepas com diversos plasmídeos, foram obtidas várias linhagens de bactérias capazes de degradar mais de um tipo de hidrocarboneto. A mais conhecida foi a capaz de degradar cânfora, naftalina, octano e xileno.
Polêmica
Quando se elabora OGMs surgem váriasdúvidas como: Os organismos sobreviverão no ambiente? Eles se reproduzirão? Eles se espalharão para outros locais? Causarão danos ao ambiente? Transferirão os genes para outros organismos no ambiente? 
Essas questões são importantes, pois analisando as possíveis respostas sabe-se se o OGM realizará a sua tarefa adequadamente e não causará futuros problemas ao meio. Por isso os mesmos são modificados em laboratório para apresentarem baixa competitividade com o objetivo de serem eliminados ou, ainda, para perderem as características especiais de recombinação após certo tempo de vida, sendo, assim, pouco competentes para sobrevivência no ambiente natural.
Riscos
  • Competição do OGM com a microbiota, flora e fauna local, podendo levar à extinção destas espécies nativas; 
  • A troca de genes entre OGMs e populações microbianas autóctones (naturais da região), já cientificamente comprovada, pode levar à degradação genética das espécies comuns no ambiente; 
  • A possibilidade de introdução, no hábitat, de espécies que apresentem fatoresde patogenicidade para a população autóctone, espécies que produzem endo-e/ou exotoxinas ou que contenham genes de resistência a antibiótico (esta é uma situação que deve de ser avaliada em laboratório antes da liberação dosmicrorganismos no ambiente); 
  • O desequilíbrio da estrutura da comunidade, podendo levar à degradação ambiental; 
  • A impossibilidade da eliminação dos microrganismos introduzidos depois que eles terminam o seu trabalho.

Uma maneira de contornar e evitar esses problemas no meio é o isolamento físico dos OGMs, mas como a disseminação do mesmo pode-se dar por água, vento, solo, etc. fica quase inviável realizar tal ação. Por isso, o mais correto a fazer é limitar o espaço e o tempo de vida dos OGMs através de manipulações em laboratório.

Referências:
pt.shvoong.com › Internet E Tecnologia - acessado em 16/11/2011